Literatura é aliada para acolher emoções após as enchentes
As enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul já passaram, mas as consequências da maior catástrofe climática do Estado ainda repercutem. Seja tendo presenciando os fatos ou acompanhando nos noticiários, o excesso de chuva e todas as oscilações climáticas impactam as crianças e é fundamental que elas sejam acolhidas e possam elaborar os sentimentos que vivem e sentem. Pensando nisso, ações pedagógicas, para além da rede de solidariedade que se formou na escola tão logo as inundações aconteceram, são realizadas com os estudantes do IMI.
Cuidar das emoções é fundamental para que os estudantes estejam bem para seguir com suas atividades escolares e vida pessoal. Desde então, a psicóloga escolar Patrícia Willig Mór tem colocado em prática dinâmicas em sala de aula, entre as quais buscou apoio na literatura para ajudar as crianças e adolescentes a elaborarem seus sentimentos pelo viés lúdico e imaginativo. O livro gratuito “E a chuva”, da psicóloga clínica Sabrina Führ é uma das publicações que surgiram diante da tragédia e que embasou o trabalho realizado com os estudantes desde a Educação Infantil até o 4º ano do Ensino Fundamental.
Em poucas páginas, a narrativa fala sobre as enchentes, os estragos causados pelas inundações e as várias emoções que podem surgir diante do problema que ainda causa dificuldades a muitas pessoas. Principalmente, a obra literária termina de forma positiva, mostrando que há esperança e humanidade a partir da rede de solidariedade que se formou para ajudar as pessoas.
Nesse sentido, a psicóloga escolar do IMI aponta que a partir da contação da história, a proposta foi a confecção de desenhos para que, de forma leve, os estudantes elaborassem o entendimento do assunto e os seus sentimentos. Junto com o espaço de fala, a atividade ainda oportunizou que os alunos presenteassem um colega ou outra pessoa com o desenho realizado, formando uma rede de positividade e acolhimento.
Assim como sugere a publicação “E a chuva”, a psicóloga Patrícia observa que as famílias também devem acolher os pequenos. É preciso falar com as crianças e permitir que, caso desejem, falem quantas vezes for necessário sobre as suas memórias e seus sentimentos. De outro lado, respeitar o seu tempo e abordar o assunto a partir do interesse da criança.
Nas salas de aula, a contação da história e os desenhos transformaram a ansiedade em torno do problema em acolhimento e desejos de recuperação, solidariedade e amizade. Os registros fotográficos mostram um pouco do trabalho lúdico e acolhedor.
